Recomeça no dia 19 de maio o Plano de Gestão Territorial das Terras Indígenas

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) realiza, no período de 23 a 26 de maio, mais uma oficina para 17 aldeias localizadas nas áreas de influência do Rio Cururu. A carga horária da oficina é de 32 horas e a formação faz parte do Plano de Gestão Territorial das áreas indígenas no município de Jacareacanga, que teve início em novembro de 2011.

O Plano tem como objetivo dar autonomia aos indígenas para administrar suas terras tendo a parceria inicial de órgãos da esfera federal, no caso, a Fundação Nacional do Índio (Funai), e da esfera municipal, como a Prefeitura de Jacareacanga. Além destas instituições, existem acordos firmados com a Secretaria de Estado e Meio Ambiente (Sema) e Museu Paraense Emílio Goeldi, para apoio. Também está confirmada a presença da Funai Nacional e, a serem confirmados, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Segundo Maria da Graça Amaral, socióloga da Emater, a oficina será ministrada na aldeia das Missões Franciscanas e tem como objetivo propor alternativas, levantadas pelos próprios índios, juntamente com técnicos da Emater, os quais vão discutir o conceito de gestão ambiental e territorial, além da construção da visão de futuro a partir da implantação do Plano, que contemplará primeiramente 17 aldeias de um total de 112. Nesta aldeia, há 100 anos, os padres franciscanos difundiram o ensino religioso cristão e levaram pequenas criações de gado. As aldeias já possuem postos de saúde e escolas. “As discussões geradas na oficina fazem parte do Diagnóstico Indígena Participativo e vão subsidiar os Programas e projetos, que na percepção dos indígenas, são importantes para a sobrevivência e sustentabilidade do povo munduruku”, disse Graça Amaral.

A oficina contará com a participação de um facilitador, o sociólogo indigenista Camilo Caropreso, e terá apoio de 20 técnicos, sendo 10 deles da Emater e 10 divididos entre Funai e Prefeitura Municipal de Jacareacanga. Primeiramente, será feito o retrospecto da oficina anterior, em seguida, o diagnóstico indígena, o etnomapeamento e o etnozoneamento, que consiste em orientações sobre práticas de utilização de GPS e metodologias participativas, para possibilitar aos indígenas autonomia para fazerem o levantamento da vegetação, da botânica, de sua cultura, tradições e artesanato.

Pelo fato da situação nutricional ser ainda muito precária, alguns técnicos da Emater já promoveram oficina sobre a melhoria da qualidade da produção de farinha de mandioca, além de orientar para a melhoria do cultivo de frutas como melancia, maracujá, limão e também ao manejo extrativismo do açaí nativo. No final da oficina, será elaborado um calendário a definir novas oficinas e estudos da realidade indígena.

Texto:
Marcelo Souza Nascimento - Emater

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