Portal Buré foi à Aldeia Teles Pires.



Na aldeia Teles Pires depois da Operação Eldorado, a vida mudou e as dificuldades são muitas.
Vista aérea da Aldeia Teles Pires.

 Depois de uma viagem aérea e desgastante, mas aprazível, onde podemos do alto contemplar a linda floresta amazônica, durante o trajeto Itaituba/Aldeia Teles Pires, com uma pequena escala em Jacareacanga, onde fomos buscar o vereador Adonias Kabá, que faz parte de uma comissão que está investigando o que aconteceu na Aldeia Teles Pires. Depois de mais de duas horas de vôo, chegamos à aldeia Teles Pires na divisa do Pará com o Mato Grosso. 
Chegada em Teles Pires. 20.11.2012

Com um semblante apreensivo e de preocupação, alguns indígenas foram ao nosso encontro na porta da aeronave, que estava ao comando do experiente piloto Charles Macedo. De imediato um indígena nos indagou sobre a finalidade da visita ao Teles Pires, que depois de uma conversa com uma liderança fomos convidados para ver os estragos que ficaram depois da desastrosa Operação Eldorado na aldeia. Os indígenas ficam apreensivos quando uma aeronave pousa na aldeia, recordando os rasantes da aeronave da Policia Federal, no dia da operação.
Equipe da TV Record de Itaituba.

Na viagem, acompanhando uma equipe da TV Record de Itaituba, ao comando do jornalista Junior Ribeiro e o repórter cinematográfico Weveton Oliveira, da equipe de jornalismo da TV Record – Itaituba, que está produzindo com nossa participação uma matéria sobre a recente operação Eldorado na aldeia Tele Pires, que deverá ser levado ao ar, em nível nacional.
Local onde aconteceu os primeiros confrontos entre índios e PF.

Durante nossa estada por mais de 4 horas em Teles Pires, ouvimos vários relatos de indígenas que foram feridos no confronto entre índios e Policia Federal. Entre uns e outros relatos, o mais comovente foi do indígena Leonardo Apiakás Burum, que segundo ele presenciou a morte do indígena Adnilson Crixi Munduruku, em seu relato disse que tentou ajudá-lo, depois de ter sido ferido com o primeiro tiro, sendo contido por bombas de gás que foram jogados em sua direção, bastante emocionado Leonardo Apiakás, contou que Adenilson, procurava informações, sobre que seria realizado e da operação da PF na aldeia, já que as dragas estavam todas no meio do rio Teles Pires.
Leonardo Apiacás mostrando o lugar onde Adenilson caiu ao ser alvejado com o primeiro tiro.

 Outro relato comovente foi a Indígena Rosenilda Borõ, disse que, os índios estavam se preparando receber a Policia Federal, quando foram surpreendidos com vários disparos, ela afirmou que um dos policiais disse “não é para atirar onde tem criança”, mas o aviso não surtiu muito efeito.
Esposa do Adenilson, falando do marido morto.

 A esposa da vitima, Ivete Saw, falando na língua Munduruku, disse que foi avisada por um dos filhos que seu marido tinha sido morto pela PF, em seu relato bastante emocionada, falou também que, sente muito a falta do companheiro, que as dificuldades aumentaram depois da morte do marido. Ivete Saw, ficou com 4 filhos pequenos e pede que alguém ou algum orgão, ajude aldeia que passa no momento por dificuldades.
Draga explodida pela PF.

 O capitão da aldeia Teles Pires, Basílio Saw, conhecido por ‘Baxixi, que no momento de nossa chegada a aldeia, estava vindo de uma pescaria, ele falou que, os policiais arrobaram a casas, levaram faca, facão e espingardas que são utilizadas para caça, ele afirmou ainda, que alguns objetos foram danificados: motor de luz, telhado da escola e do posto de saúde, que foi comprovado com fotos e vídeos, feitos por celulares dos próprios indígenas.
Capitão Basílio Waro 'Baxixi', falando do ocorrido na aldeia

 O líder indígena, relatou ainda, que a pescaria está comprometida, já que os peixes estão morrendo, devido o ácido que está saindo das baterias explodidas, que se encontram no fundo do rio. Baxixi, ressaltou que, depois do ocorrido, os indígenas estão com medo de sair pra caçar e pescar, temem deixar seus familares sozinhos na aldeia, os índios temem que a PF volte de surpresa.

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