O TEMPO DA LAVA JATO E O TEMPO POLÍTICO

A não existência de um NUCLEO CENTRAL de Poder, algo que existe na Índia, na China, na Russia, na Alemanha, no México, o Pais se torna de difícil ou impossível governo. Na passagem dos regimes absolutistas para os Estados de direito, algo que seu deu com as duas grandes revoluções do Seculo XVIII, a americana e a francesa, ficou claro para os pensadores dessa nova forma de Estado, Montesquieu, De Tocqueville, Lafayette, Hamilton, que o Estado democrático era uma evolução mas não uma solução para os dilemas da governabilidade. Mesmo com os valores da igualdade e liberdade, haveria um Estado e este necessitaria um Governo. A democracia não dispensa a existência de um GOVERNO central de razoável força e autoridade obedecido por todos, sem contestações ou oposições perigosas.
Essa centralidade não pode admitir ilhas de poder autônomo, não importa a justeza de alguma causa que queiram perseguir, da busca por certo valores morais ou éticos, o Estado não se presta a isso, tarefas do campo da filosofia, da religião da moral. O Estado precisa antes ser operacional e obedecido do que virtuoso.
Países onde muitos podem mandar simplesmente é ingovernável, como é hoje o Brasil Mas assim não era. O Governo Kibitschek era amplamente democrático mas com autoridade incontestada, quando preciso usando a força como fez nas revoltas de Jacareacanga e Aragarças, na censura a estações de radio e TV que transmitiam discursos radicais de Carlos Lacerda. A construção de Brasilia em 5 anos só foi possível pela operação dessa FORÇA CENTRAL que passava por cima de contestações e foram muitas, focadas principalmente pelo alto custo e corrupção na construção da Nova Capital.
O mesmo com a industria automobilística, criada com favores e exceções, como importar maquinas usadas sem cobertura cambial, algo só possível passando por cima de corporações como CACEX.
Governos que permitiriam multiplicação de núcleos de poder, como o de Jango, cairão sem que ninguém lutasse por eles,
com Jango ocorreu a pior coisa que pode acontecer a um Governo, ninguém ter medo dele.
O erro fatal do PT foi o "republicanismo" que criou poder independente na PGR e na Policia Federal, algo que NÃO existia até o Governo FHC. O próprio STF era muito mais respeitoso ao Poder Central até o Governo JK, raramente se via o Tribunal na imprensa., só em questões especialíssimas o STF enfrentava o Governo.
A historia não perdoa governos fracos e que se deixam emparedar, a Democracia está longe de ser algo sagrado e tampouco é um regime perfeito. Democracia não é um regime rigido, cujas regras são sacrossantas. As vezes é necessário um desbalanceamento a favor do Poder Central, nos EUA está o caso da prisão de Guantanamo, antidemocratica, ilegal e ilegitima, o mundo inteiro condena, mas o Poder Central não toma conhecimento. Alguem ouviu falar de um enfrentamento da Procuradoria Geral dos EUA contra a Presidencia por causa de Guantanamo, uma masmorra onde presos não tem processo e nem identidade conhecida, com penas aplicadas sem lei e sem logica.
. A França, o pais da Revolução Francesa, da "igualdade, liberdade, fraternidade" teve depois dessa jornada a ditadura de Napoleão, a volta dos Bourbons, a chegada dos Orleans, a Segunda Republica, o novo Império de Napoleão III, a Terceira Republica que fuzilou 80.000 cidadãos no episodio da Comuna de Paris, em plena democracia, sem processo e sem julgamento, jogando os cadáveres em valas comuns, sem a dignidade de um enterro, depois veio o
Governo colaboracionista de Vichy, a Quarta e a Quinta Republica gaulista, esta a atual. Altos e baixos, mais autoritarismo ou menos, de acordo com as circunstancias, Democracia é um regime imperfeito de instabilidade quase permanente, estabilidade plena teve Salazar em Portugual e Franco na Espanha em quase 40 anos cada um, mas a Democracia não é tão ampla que possa enfraquecer o Estado deixando na lona e inerte sem ação, como está hoje, um Estado que tem medo da policia e da procuradoria, um arremedo de Estado, se em 1822 houvesse esse tipo de Estado o Brasil se fragmentaria em 40 republiquetas, so se manteve uno por figuras de autoridade como Pedro I, Regente Feijó, Jose Bonifácio, Pedro II, Duque de Caxias, Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Arthur Bernardes, Getulio Vargas, figuras que tinham clara noção
do poder como fato da realidade e não como decorrência de filigranas da lei, a lei não segura um governo sem poder.
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