Sistema de Segurança retoma negociações em Jacareacanga agora pela manhã

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) encaminhou na manhã desta quinta-feira (5), ao município de Itaituba, um efetivo de policiais militares para reforçar o trabalho dos órgãos de segurança que buscam uma solução para conter as manifestações indígenas em Jacareacanga, localizada a 400 quilômetros de Itaituba.

O Sub-comandante Geral da Polícia Militar, Walci Queiroz, aguarda na cidade a chegada de policiais militares vinculados ao Comando de Missões Especiais (CME). além de policiais do Grupo Tático de Operação (GTO) de Santarém e de policiais que já atuam no município de Itaituba. Juntos, eles formam um total de 115 homens (somados ao efetivo que já havia chegado ao município) e estão preparados para conter as manifestações caso existam depredações ou violência física contra a população do município.

As estratégias pensadas são baseadas no diálogo com os manifestantes. O objetivo do Estado é evitar qualquer tipo de intervenção militar. “Temos três possíveis frentes de ação e a primeira delas é a inteligência tática. É nesta etapa que nos encontramos, é a fase da negociação em si e aqui ficaremos até esgotarmos todas as nossas possibilidades. A outra frente de ação é o gerenciamento de crise e a terceira, e última, é intervenção tática”, destacou o sub comandante do Comando de Operações Especiais da PM, Major Luiz Carlos Rayol.

Ainda na manhã desta quinta-feira, o comandante Walci Queiroz dialogou com o prefeito de Jacareacanga, Raulien Oliveira de Queiroz; com a promotora de Justiça que também atua no município, Maria Macedo Tavares, e do representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ademir Macedo. E foram repassadas informações que as lideranças Muduruku se reúnem neste momento, na Câmara Municipal do município, de forma isolada, para decidir os rumos da manifestação.

Negociações

O superintendente regional do Tapajós, delegado Edinaldo Silva de Souza, está em Jacareacanga em negociação com as lideranças indígenas Muduruku e de lá passa informações ao sub comandante, Walci Queiroz, por telefone. “Edinaldo nos informou que, juntamente com o procurador federal para assuntos indígenas (Sóstenes Magalhães Costa) estão em intensas negociações e, mesmo impedidos de sair da cidade, estão sendo bem tratados” frisou Walci.

De acordo com informações do delegado regional, os indígenas exigem que a polícia leve os dois acusados de terem cometido o crime de latrocínio (roubo seguido de morte) contra um indígena para que façam justiça com base na cultura indigenista. Entre as reivindicações estão também a presença do governador do Estado e do juiz da comarca de Itaituba.

O comandante Walci Queiroz afirmou, no entanto, que no momento nenhuma destas reivindicações podem ser atendidas, e que dialogam para no decorrer das negociações com as lideranças Munduruku, outras reivindicações sejam pedidas e se chegue a um consenso.

Destruição

Um relatório enviado ao Comando de Policiamento Regional informou a autoridade policial responsável que os indígenas começaram os ataques ao patrimônio público por voltas de 00h30 da terça-feira (03). Eles teriam atacado os militares que trabalhavam no local com pedras, paus, arcos e flechas e bordunas. E em seguida atearam fogo nas instalações.



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