Falta de gestão no IFPA de Itaituba prejudica alunos
O impacto - “O que era para ser um grande centro de formação de profissionais,
que a população tinha uma perspectiva de melhora para a sociedade,
formando profissionais para atuarem no campo trabalhista do município de
Itaituba, no Oeste do Pará, trazendo transformação na vida dos alunos,
hoje tem se tornado um pesadelo, tanto para pais como para alunos, pois a
implantação do IFPA em Itaituba não vem cumprindo seu papel de preparar
a população para a vinda das grandes empresas, nos deixando imensamente
tristes e decepcionados”, expressa Luiz Sadeck, o popular Peninha,
eleito vereador pelo PMDB, mas que ainda não assumiu o mandato por conta
de seu processo estar tramitando em Brasília.
A falta de gestão do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará (IFPA) tem preocupado os pais e alunos, a reclamação é
geral, inclusive a falta constante de professores tem provocado a
evasão de muitos alunos, continuou o ex-edil. Quando começaram a
funcionar os cursos técnicos (três) e superiores (dois) estudavam mais
de 300 alunos e ao passar do tempo, com a falta de gestão a qualidade de
ensino caiu muito e com isso a desistência dos alunos aumentou
surpreendentemente. Hoje, funcionam 9 turmas, que deveriam ter em cada
uma 40 alunos, mas com a evasão de mais de 100 alunos tem turma que
possui apenas 12 alunos.
Luiz Fernando Sadeck dos Santos, 55 anos, ex-Vereador em Itaituba,
com 6 mandatos, fez o desabafo: ”Sou pai de dois alunos, lamento a falta
de gestão que tem causado uma grande preocupação. Tem dia que meus
filhos assistem apenas uma aula. Isso é um absurdo. A falta de
professores é constante. Professores entram de licença maternidade ou de
férias e a direção não toma nenhuma providência em contratar
substitutos”.
Outro fato, é que os professores são concursados com dedicação
exclusiva, entretanto, não cumprem, pois possuem vínculo com outras
empresas. Como exemplo, a professora concursada Djalmira de Sá, que é
professora de Língua Portuguesa, mas possui vinculo com a Empresa FAI,
poucas vezes esta professora vai à escola, segundo denunciaram os
alunos. O professor Manoel Neto é concursado e coordenador do curso de
Edificação, pouco aparece na escola e quando vai ao IFPA não demora
muito tempo. Hoje, Neto é Secretario Municipal de Infraestrutura do
Município de Itaituba, cargo que exige dedicação exclusiva, assim como
no Instituto, com isso deixa a desejar no Ensino do IFPA e na gestão da
Secretaria. A disciplina básica, Educação Física, desde 2012 e nem 2013
está tendo aula, por falta de professor. Outra disciplina, Desenho
Técnico e Desenho Arquitetônico, a professora ficou quase seis meses sem
dar aula, por se encontrar de licença e a Instituição sem nenhum
compromisso com nossos filhos se preocupou de contratar substituto para o
período de licença da titular da disciplina.
“Estes problemas têm causado constrangimentos aos alunos que pedem
transferência para outras escolas, tendo que voltar para primeiro ano,
já que as escolas não aceitam alunos vindos da IFPA por conta de
pendências de disciplinas não administradas ou ministradas pela metade,
como é caso da disciplina de Física”, ressalta a enfermeira Ângela Maria
Costa Braga, que tem uma filha estudando no IFPA. “Minha filha está
sendo obrigada a estudar em outra escola para aprender e se preparar
para fazer o vestibular. O que observo é que estão brincando de fazer
educação no IFPA de Itaituba e nós, os pais, estamos aceitando calados,
sendo omissos com o que vem acontecendo com nossos filhos”, concluiu a
enfermeira.
A questão afeta todos os cursos do IFPA. O curso de Análise e
Sistema, curso superior, por exemplo, era para ser concluído em três
anos, no caso este ano, mas por falta de professores o curso vai se
prolongar por mais um ano. Para o aluno Márcio Mendes, 33 anos, do curso
de Análise e Sistema, a falta de professores é constante. Disse que
desde quando começou o curso, nunca teve uma aula de Contabilidade,
Economia e Informática na Sociedade, porque não tem professores dessas
disciplinas. Márcio é aluno do curso de Análise e Sistema na parte da
tarde e está revoltado, pois esperava concluir seu curso este ano e
afirmou que entre os professores que mais faltam na escola, é a
professora Djalmira de Sá. Ele e outros alunos estão elaborando um
documento para entrar no Ministério Público pedindo providências.
Fonte: RG 15/O Impacto
Comente aqui