Passageiros que viajam a trabalho sumiram!!

Companhias aéreas estão fazendo diversas promoções , mas que não são sustentáveis por 

Apertem os cintos, o passageiro a negócios sumiu... Esta é a percepção das companhias aéreas, que, com o agravamento da crise econômica, constataram queda acentuada no número de passageiros que viajam a trabalho. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a proporção entre passageiros que viajam a negócios e os demais, que era de 60% e 40%, inverteu-se nos últimos três meses.
As empresas têm direcionado suas ações de marketing para atrair mais usuários que viajam a lazer, turismo ou em visita a parentes, com a ampliação das tarifas promocionais. A Gol lançou neste fim de semana o Super Feirão de passagens, com volta a R$ 59 para diversos destinos. O resultado de campanhas como essa são aviões lotados, com ocupação acima de 80%, mas a um custo alto para o setor.
As empresas relatam que os executivos de empreiteiras sumiram. Muitas construtoras estão quase paralisadas pela Operação Lava-Jato e, além disso, não há grandes obras de infraestrutura em franca expansão, diz uma fonte. Poucos setores mantêm a demanda de passageiros a negócios.
Para as companhias, a mudança é ruim porque o passageiro de negócios viaja em cima da hora e paga preços mais elevados pelo bilhete. Segundo estimativas da Abear, o valor médio pago por passageiro a cada quilômetro voado, indicador de rentabilidade do setor, está 20% mais baixo em relação ao ano passado, já considerando a inflação. Com as promoções, o universo de passageiros transportados cresceu 3,77% em maio, em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, a avaliação é que a onda de promoções não é sustentável por um longo período. “A promoção é um esforço mercadológico, de curto prazo. Não existe promoção permanente”, destacou o consultor da Abear, Maurício Emboada.Segundo ele, se a atividade se mantiver desaquecida por um período mais prolongado, as empresas devem reduzir a oferta, o que pode afetar os preços. Mas, destacou, essa não é uma medida simples, porque significa abrir mão de parte do mercado, empurrar o cliente a outra empresa. Em alguns aeroportos, como Congonhas, cancelar voos pode levar à perda do slot (autorização para pousos e decolagens).
TEMPESTADE
O diretor de uma grande companhia disse que as empresas vão amargar mais um resultado negativo neste ano. A expectativa é que a situação só comece a mudar no fim de 2016. “Estamos atravessando uma tempestade. Não vamos sair dela tão cedo. O objetivo agora é reduzir os danos”, disse.As empresas passaram a monitorar mais de perto o mercado e a fazer ajustes finos na malha, reduzindo a frequência nos voos ou alterando planos de abertura de rotas. A Azul, que inaugurou a rota Brasília-Santos Dumont, no ano passado, passou a mirar outros mercados, como Uberlândia, Florianópolis e Navegantes. Também intensificou os voos a partir do aeroporto central de Belo Horizonte (Pampulha), fazendo ligações para Brasília, Santos Dumont e Vitória. “A gente olha preço toda hora, por minuto. O mercado é livre e tem muita competição. Se meu concorrente aumentar a oferta, o preço cai. Estamos preparados para fazer os ajustes necessários”, disse o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.
SOBREVIVÊNCIA
Em nota, a TAM destacou: “A empresa avalia de perto a evolução da demanda, planejando a malha aérea com flexibilidade para permitir adequações às condições do mercado. Diante do cenário desafiador de volatilidade da demanda e do câmbio, a companhia projeta crescimento conservador da oferta e disciplina de capacidade dos voos para gerar rentabilidade de suas operações”. “A procura está mais fraca, e a oferta bastante abrangente. Não há crescimento da receita. Pelo contrário, existe uma pequena diminuição. Eu diria que as promoções são uma questão de sobrevivência - disse Mário Carvalho, diretor-geral da TAP no Brasil.

Planeje o melhor dia para viajar nas férias

Se o desejo é viajar de avião nestas férias, é melhor planejar o dia, mês e hora. Um levantamento feito pelo Núcleo de Jornalismo de Dados do GLOBO a partir dos microdados de mais de 2,8 milhões de voos nacionais realizados no Brasil entre 2011 e o início deste ano mostra que os atrasos nas decolagens acontecem com mais frequência às sextas-feiras e no período da noite (entre 18h e meia-noite).
Os piores meses para encarar os aeroportos são junho, julho e dezembro, quando as taxas de atrasos variam entre 25% e 27%. Pelo levantamento, 72,5% dos voos partem no horário previsto ou são antecipados, enquanto 20% registram algum atraso.O critério adotado pelo Núcleo difere daquele usado pela Agência Nacional de Aviação (Anac). Para a agência, só são considerados atrasados os voos que chegam mais de 30 minutos depois do horário previsto, considerando as etapas de decolagem e aterrissagem. Embora registre todos os tipos de atrasos, a Anac divulga e utiliza como critério de punição das companhias apenas aqueles acima de 30 minutos ou uma hora.
ROTAS
Ao considerar todas as diferenças entre o horário previsto e o realizado da partida, o Núcleo de Dados identificou ainda as rotas e os aeroportos com as maiores taxas de atraso. A rota Rio de Janeiro-São Paulo (Santos Dumont/Congonhas) tem a maior taxa de voos atrasados (44%). As quatro principais companhias apresentaram percentuais próximos de pontualidade e atrasos. TAM, GOL e Azul, que informaram taxas mais altas de pontualidade, considerando o critério da Anac, disseram que trabalham para melhor seus percentuais.
(Diário do Pará)
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