PF divulga resultado final da operação contra garimpos ilegais; 6 são presos
Segundo a PF, dos seis suspeitos presos, um foi liberado após pagar fiança. Operação foi deflagrada quinta em Santarém, Óbidos, Oriximiná e Itaituba.
Ao todo, seis pessoas foram presas durante a operação DAKJI, comandada pela Polícia Federal (PF), com mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal de Santarém, no oeste do Pará. A operação contra a atividade clandestina de garimpo no entorno da terra indígena Zo’é (conhecidos como um dos povos mais isolados e preservados da Amazônia), localizada no município de Óbidos, foi deflagrada na quinta-feira (31). O resultado final foi divulgado pela PF ao G1 nesta sexta-feira (1º).
De acordo com a Polícia Federal, as investigações sobre a existência dos garimpos na região começaram em 2013, após denúncias de exploração ilegal, além de danos ambientais causados na região. A operação estava prevista para começar na última quarta-feira (30), porém, as chuvas na região dificultaram o deslocamento das aeronaves do Centro de Apoio Operacional da PF (CAOP) até Óbidos.
O primeiro mandado de busca e apreensão aconteceu na cidade de Itaituba, na casa de um dos suspeitos apontado como dono de um garimpo na região de Óbidos e Oriximiná. Os policiais fizeram a condução coercitiva do suspeito para prestar esclarecimentos junto ao delegado. Em Santarém, foram cumpridos mais dois mandados de busca a apreensão na casa de dois homens suspeitos de serem donos de garimpo na mesma região.
Em uma das casas, os policiais encontraram uma arma de fogo que estava sem autorização de posse, com munições de calibre restrito e de uso permitido. Todos os suspeitos foram levados para a delegacia da PF. Ainda na quinta, três equipes foram enviadas para o garimpo emOriximiná, próximo ao município de Óbidos. Duas delas foram levadas em dois helicópteros em direção ao garimpo para cumprir as prisões.
A primeira aeronave aterrissou enquanto outra sobrevoava o garimpo dando apoio do alto para garantir a segurança dos primeiros policiais que desembarcaram. Minutos depois, o segundo helicóptero pousou. Policiais fortemente armados fizeram a vistoria e a custódia de três pessoas presas em flagrante. Segundo a PF, os suspeitos estavam trabalhando no garimpo há cerca de dez anos. Durante vistoria, foi encontrada uma espingarda calibre 12, além de munições.
Segundo a PF, dois suspeitos foram autuados em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Três garimpeiros devem responder por crimes ambientais causados pela exploração ilegal de minério no garimpo. Um outro suspeito também foi detido por participação na exploração ilegal, mas pagou fiança e foi liberado. Os cinco suspeitos presos foram levados a Penitenciária Agrícola Sílvio Hall de Moura e aguardam julgamento.
No local, os policiais descobriram que existia uma pista clandestina de aproximadamente de 200 metros de comprimento, usada para pousos e decolagens de aviões. Os garimpeiros disseram que a pista estava desativada há dois anos. Fiscais do Ibama acompanharam a operação e destruíram o maquinário utilizado no garimpo, sendo três motores que estavam extraindo minérios de igarapés com mangueiras e combustível. Os suspeitos foram trazidos para Santarém para prestar esclarecimentos.
Ao todo, 37 policiais federais foram mobilizados na ação. Eles foram divididos em seis equipes que contaram com o apoio de agentes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e integrantes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Os delegados de Polícia Federal Olavo Pimentel e Gecivaldo Vasconcelos foram os responsáveis pela condução da operação na região.
Operação DAKJI
O nome da operação significa “sem medo” na língua Zo’é e faz referência a constatação de que a atividade ilegal além de impactos ambientais estava causando temor nos indígenas, poluição dos rios, prejuízos a cultura indígena, transmissão de doenças e fundado receio da prática de violência contra o povo indígena.
Fonte: G1/Santarém
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