Pará: Operação da Susipe transfere detentos para presídio federal
Dez detentos de alta periculosidade foram remanejados do sistema carcerário paraense para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, na tarde desta quinta (25). O trabalho fez parte da Operação Êxodo, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), que, ao todo, nesta etapa, já transferiu 13 presidiários para casas de detenção de segurança máxima.
A operação iniciou às 6h, quando os internos saíram do Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel, e seguiram em comboio, escoltados por agentes da Susipe e da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar (COE), até o Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Estado do Pará, onde passaram por exames e aguardaram a condução até a Base Aérea de Belém. Já na Base, foram entregues aos agentes federais que realizaram uma vistoria e conduziram os presidiários até o avião Hercules C-130, da Força Aérea Brasileira, que decolou às 16h.
A operação ocorreu a partir de um trabalho integrado do Sistema de Segurança Pública do Estado, que identificou, a partir de sua inteligência, as principais lideranças do crime organizado e de condutas violentas dentro da cadeia. Segundo a Susipe, estes detentos conseguiam articular delitos tanto internos (no cárcere), quanto externos, como assalto a banco, latrocínio e tráfico de drogas.
O secretário da Susipe, Jarbas Vasconcelos, afirma que ações como esta vão dominar e estabilizar a situação prisional no Pará e, partir disto, impactar diretamente na diminuição dos índices de violência.
“As organizações que operam nos crimes mais violentos que ocorrem na sociedade são as mesmas que estão dentro do cárcere. Nós estamos mandando 13 líderes perigosos, dos mais violentos, de organizações criminosas, para o sistema federal. Com isso, a gente espera reduzir as ordens de crimes violentos. Além de atender uma pacificação interna do complexo penitenciário, vai atender uma necessidade de diminuição da violência aqui fora, quebrando os principais núcleos dessas organizações”, afirmou Vasconcelos.
Alto Risco – Para a operação, que é considerada de alto risco, foi necessário um longo planejamento, que exigiu procedimentos seguidos rigorosamente por todos os agentes responsáveis pelo deslocamento.
“O primeiro cuidado é o sigilo. É fundamental que essa missão ocorra dentro dos padrões de segurança. Hoje, foi a execução dessa operação, mas ela já vem sendo trabalhada há mais de um mês. Primeiro, dependemos da autorização do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), onde é designada a unidade que os internos deverão cumprir esse período disciplinar. Após a autorização, fazemos toda logística da operação, junto com a Polícia Militar e o Sistema Penitenciário, para que ocorra com toda segurança”, explicou o diretor-geral penitenciário da Susipe, Coronel Mauro Matos.
Dentro dos procedimentos e parâmetros estabelecidos, a operação foi considerada um sucesso, tanto para o sistema penitenciário, quanto para as equipes responsáveis pela escolta. Segundo a COE, a maior preocupação era com a segurança dos cidadãos que transitavam nas ruas enquanto a escolta estava em deslocamento, por conta dos perigos calculados de apoio e resgate desses infratores, que foi garantida sem nenhuma ocorrência.
Ao todo, 25 líderes de organizações criminosas pertencentes ao Sistema Prisional do Pará estão em unidades federais, que admitem presos, condenados ou provisórios, de alta periculosidade. Cada unidade de segurança máxima tem capacidade para 208 presos, com celas individuais, que apresentam o que há de mais moderno no sistema de vigilância em presídios.
Por Raphael Graim
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