Bolsonaro e Helder Barbalho participam de cerimônia de inauguração da BR 163

Ato vai marcar a entrega de 51 Km asfaltado da Rodovia, chegando até Miritituba, no Pará
Cerimônia ocorre no Km 102 (Marco Zero), na divisa dos estados do Mato Grosso e Pará,  nesta sexta-feira (14)
O Governador Helder Barbalho estará presente na cerimônia de inauguração da BR 163 juntamente com o presidente Jair Bolsonaro; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o diretor-geral do DNIT, General Santos Filho.
O ato vai marcar a entrega da pavimentação dos últimos 51 Km da BR-163/PA que faltavam para ligar, definitivamente, o estado do Mato Grosso aos portos de Miritituba/PA. A pavimentação do trecho é aguardada pelo setor produtivo, por moradores da região e por transportadores de cargas há mais de 40 anos.
A BR-163, que liga os estados do Mato Grosso e do Pará, é uma das principais vias de acesso aos portos do chamado Arco Norte, usados para exportação de soja e milho. O trecho asfaltado liga os municípios de Moraes Almeida e Novo Progresso, ambos no Pará. Antes da obra, os caminhoneiros enfrentavam engarrafamentos e veículos atolados na lama nesse trecho da estrada.
A conclusão das obras contribui para desafogar os portos das regiões Sudeste e Sul e coloca as cargas brasileiras mais próximas de parceiros comerciais estratégicos na Europa e em outros importantes destinos para os produtos nacionais.
A cerimônia ocorre no Km 102, o chamado "Marco Zero" da rodovia, onde se encontraram, em 1970, o 8º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, que tocou a obra a partir de Santarém (PA), e o 9º Batalhão, responsável pelo trecho a partir de Cuiabá (MT).
Além do asfaltamento, também foi realizada pelo DNIT e pelo Exército Brasileiro a manutenção em 1.300 km na rodovia, entre os dois estados.
SAIBA MAIS
A conclusão do asfaltamento da BR-163, a chamada "estrada da soja", já teve impacto no preço do frete para transporte de grãos de Mato Grosso.
O motivo é que a obra de pavimentação até o porto de Miritituba (PA), no rio Tapajós, foi finalizada há dois meses e meio, mais exatamente em 27 de novembro do ano passado.
Apesar disso, Bolsonaro programou uma cerimônia de inauguração na sexta (14), num trecho da estrada perto da fronteira entre Mato Grosso e Pará.
“Em respeito ao compromisso que assumimos com caminhoneiros, produtores e cidadãos que aguardam há 45 anos por este dia, comunicamos conclusão da pavimentação da BR-163 até Miritituba/PA”, afirmou o presidente numa rede social.
A obra começou a ser tocada em 1974, parte do cardápio de grandes projetos de infraestrutura do regime militar.
A BR-163, com 3.500 km, é uma das principais vias a cortar o país de forma longitudinal. Tem uma ponta em Tenente Portela (RS) e outra em Santarém (PA).
Por atravessar a principal região produtora de soja do país, em Mato Grosso, tornou-se estratégica para o escoamento da safra voltada à exportação.
Com ajuda do Exército, o governo Bolsonaro asfaltou os últimos 51 km que faltavam para chegar ao porto de Miritituba.
Na época das chuvas, caminhões podiam ficar dias atolados no pequeno trecho de terra. A atual colheita, que começou no final do ano, é a primeira a ocorrer com o asfaltamento completo.
Segundo estimativas da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) de Mato Grosso, o preço do frete já caiu até R$ 4 por saca de soja com a nova estrada.
Com cotação média de R$ 70 a saca em Sorriso (MT), principal polo produtor do país, a redução equivale a cerca de 5,7%.
“A gente conseguiu concluir um sonho de muitos anos. Eu cheguei em Mato Grosso em 1986 e naquela época já diziam que a obra ia ser concluída logo”, afirma o presidente da Aprosoja-MT, Antonio Galvan.
A soja do Centro-Oeste hoje tem várias rotas de escoamento. Para o sul, segue por via rodoviária em direção aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Rumo ao norte, é transportada até portos no rio Tapajós ou via Porto Velho (RO), onde é embarcada para continuar a viagem pelo rio Madeira.
De lá, os grãos seguem sobretudo para mercados consumidores 
na Ásia.
Segundo Galvan, o percentual da produção da soja mato-grossense que utiliza o porto de Miritituba (PA) deve subir de 18% para 25% até o final deste ano.
Ou seja, hoje menos de um quinto da soja é escoada por esse caminho, e em breve a fatia deverá chegar a um quarto.
A viagem de caminhão com a estrada totalmente asfaltada até Miritituba leva cerca de 36 horas.
“Antes, em razão das chuvas, o tempo gasto era imprevisível. Agora o caminhoneiro pode programar sua atividade”, declara Galvan.
A pavimentação anunciada por Bolsonaro é considerada muito importante pelos produtores de soja, mas não significa o asfaltamento completo da BR-163.
O trecho final de estrada entre Miritituba e Santarém (PA), outro porto no Tapajós  bastante utilizado pelos sojicultores, ainda tem 57 km sem pavimentação.
O Ministério da Infraestrutura não deu prazo para a conclusão deste trecho. A expectativa de produtores é que a pavimentação fique pronta até o final do ano.
A obra vem sendo saudada por Bolsonaro também por ter sido feita com mão de obra do Exército, a partir de um convênio com o 8º Batalhão de Engenharia de Construção. O valor total da pavimentação é de R$ 445 milhões.
Um provável efeito colateral da conclusão da obra é o aumento da pressão sobre os portos do Tapajós.
Segundo estimativa da Companhia Docas do Pará, espera-se um aumento de 25% no fluxo de carga em 2020 em Santarém e Miritituba. Os dois portos, no entanto, estão próximos do limite.
Em 2019, o porto de Santarém movimentou 12 milhões de toneladas. No de Miritituba, esse cálculo não está disponível, porque o local reúne diversos terminais privados sem contabilidade centralizada.

TURISMO: Também deve haver impacto no turismo da região amazônica. A pavimentação da BR-163 dará uma alternativa terrestre para se chegar a locais como o distrito de Alter do Chão, em Santarém, que vem se tornando popular.
O secretário de Turismo de Santarém, Diego Pinho, prevê que o fluxo de turistas de Mato Grosso cresça 7% este ano e passe em breve a rivalizar com os visitantes de São Paulo.
O movimento adicional poderá causar impacto em um local com estrutura modesta para receber tanta gente.
Fonte: Portal Santarém, com informações da Agência Pará e Folha de São Paulo.

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