ITAITUBA E JACAREACANGA LIDERAM LISTA DE MUNICÍPIOS PARAENSES COM MAIOR ÁREA MINERADA DO BRASIL
De acordo com dados inéditos do
projeto MapBiomas, a área ocupada pela mineração no Brasil, incluindo a
atividades ligadas a indústria e o garimpo, aumentou seis vezes entre
os anos de 1985 e 2020, passando de 31 mil hectares para 206 mil hectares
de área minerada. Das áreas mineradas no Brasil, 72% estão na Amazônia. Ao
todo, dos 10 municípios com maior área minerada, 9 estão no estado do Pará.
Em solo paraense, o município de Itaituba lidera a lista da maior área minerada, com quase 45 mil hectares, seguida dos municípios de Jacareacanga, Parauapebas, Oriximiná (PA) e São Félix do Xingu (6.212 hectares). Ao todo, a substância mais lavrada é o minério de ferro, com 25,4%, seguida pelo alumínio (bauxita), com 25,3%; rochas ornamentais, com 13,5%, estanho (9,1%) e calcário (8,7%). Já no garimpo, o ouro predomina 86,1% das áreas mineradas, seguido pelo estanho, com 8,4%.
A explicação para o crescimento da mineração na Amazônia, segundo o pesquisador do MapBiomas Pedro Walfir, é que "O bioma contém as grandes províncias minerais do Brasil" cita. Na mineração industrial, a Amazônia lidera os registros, com 48 mil hectares, vindo depois a Mata Atlântica, com 29 mil hectares, seguida do Cerrado. Em relação ao garimpo, a Amazônia lidera com 93% da atividade, enquanto a Mata Atlântica tem 1% e o Cerrado 4,7%. A Mata Atlântica, por sua vez, possui o Cráton São Francisco. Os dados justificam a liderança do Pará e Minas Gerais entre os principais produtores minerais do País.
No entanto, 9,3% das áreas de garimpo estão dentro de terras indígenas, embora apenas 11 das mais de 500 áreas indígenas apresentem atividade garimpeira. Nos últimos 10 anos, houve um crescimento de 495% de área de garimpo em terras indígenas. O território dos Kayapó é o mais minerado, com mais de 7.600 hectares, seguido pelos Munduruku, com 1.592 hectares e Yanomami, com 414 hectares. Ao todo, 40,7% das áreas de garimpo estão em Unidades de Conservação, com um crescimento de 301% nos últimos 10 anos, alcançando 42 mil hectares em 2020. A maior área está na APA do Tapajós, com 34,7 mil hectares.
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