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ERIK JENNINGS CELEBRA 26 ANOS DO INÍCIO DA IMPLANTAÇÃO DA NEUROCIRURGIA EM SANTARÉM E COMEMORA AVANÇOS IMPORTANTES

Apesar dos avanços tecnológicos e da conquista de novos equipamentos, o neurocirurgião ressalta que 'o maior diferencial do serviço é humano.

O neurocirurgião Erik Jennings Simões compartilhou nesta quarta-feira (23) um relato nas redes sociais no qual relembra sua trajetória profissional e o impacto transformador do serviço de neurocirurgia implantado por ele em Santarém, no oeste do Pará. O relato, carregado de emoção e gratidão, revela uma história de pioneirismo, superação e compromisso com a saúde pública na região amazônica.

 “Em abril de 1999, voltei para minha cidade para realizar um sonho: criar o primeiro serviço público de neurocirurgia do interior da Amazônia”, conta o médico, em um post em seu perfil no Instagram

 Na época, Santarém não contava com UTI, microscópio cirúrgico, nem equipamentos de imagem como ressonância magnética. Os instrumentais básicos necessários para realizar as delicadas cirurgias neurológicas vinham na bagagem de Erik, comprados com recursos próprios, após o término de sua residência médica em São Paulo.

 A realidade era desafiadora. Ele era o único neurocirurgião disponível para atender uma população estimada em um milhão de habitantes na região. Durante dois anos, trabalhou sozinho, sem descanso, em regime de sobreaviso 24 horas por dia, sete dias por semana. Até que chegaram os parceiros de jornada: o também neurocirurgião Luis Rodolfo Carneiro e, logo depois, Santiago, descrito por Erik como "o incansável".

 Hoje, o cenário é outro. O serviço conta com sete neurocirurgiões e um instrumentador, além de ter formado sete especialistas em neurocirurgia — três deles treinados inteiramente na própria equipe, e um que iniciou sua trajetória como estagiário. “Então, quatro são frutos da casa”, comemora Erik.

A proporção de atendimento também mudou drasticamente: de um neurocirurgião para um milhão de pessoas, para um profissional da especialidade para cada 300 mil habitantes. “Um impacto enorme na saúde pública da região”, destaca o médico.

 A emoção de ver seus colegas, muitos formados pelo próprio serviço, conduzindo cirurgias de alta complexidade com precisão e entusiasmo é, segundo Erik, indescritível. “É ver a semente dar uma grande árvore. E essa ninguém corta. Já faz parte desta floresta!”, declarou.

 Em um trecho do relato, Erik recita versos da canção “Ouro de Tolo”, de Gonzaguinha, que traduzem o espírito de resistência e coletividade que move a equipe:
“Eu acredito é na rapaziada que segue em frente e segura o rojão… que não foge da fera e enfrenta o leão.”

Apesar dos avanços tecnológicos e da conquista de novos equipamentos, o neurocirurgião ressalta que o maior diferencial do serviço é humano: “Aprendi que equipamentos e tecnologia são importantes para a assistência à saúde, mas existe algo fundamental, mais importante e precioso: as pessoas. Sem a mão, sem o coração de um time comprometido, nada acontece.”

 Foi no governo do então prefeito Lira Maia, que o médico começou a trabalhar no Hospital Municipal da cidade. Sua presença marcou o início de uma nova era para os serviços de alta complexidade no interior da Amazônia.

 Hoje, 25 anos depois de sua chegada, o serviço de neurocirurgia de Santarém é reconhecido como referência regional e segue transformando vidas — não apenas pela excelência técnica, mas pelo compromisso diário de uma equipe que acredita no poder da medicina feita com paixão e propósito.

Fonte: OestadoNet

 

 

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