Presença de mulheres no futebol amazonense aumenta a cada ano.

Grazielly é a versão feminina do “mão santa” no Tufão da Colina. Foto: Euzivaldo Queiroz
Por Paulo Ricardo Oliveira

Elas saíram do papel coadjuvante para dividir com os homens funções do primeiro escalão nos clubes. A itaitubense Grazielly Coutinho é uma delas.

Muito além de emprestar beleza, senso de organização e delicadeza, as mulheres têm conquistado espaços importantes no futebol amazonense. Elas saíram do papel coadjuvante para dividir com os homens funções do primeiro escalão nos clubes. No quadro de arbitragem da Federação Amazonense de Futebol (FAF), a participação feminina também aumenta significativamente.

Grazielly Coutinho, de 26 anos, foi contratada pelo São Raimundo como fisioterapeuta oficial para o primeiro turno do Estadual. Quando a beldade é acionada a entrar em campo para atender jogadores batidos, os marmanjos enchem os olhos. Sobre a estrutura de trabalho que o clube oferece para que ela possa realizar as sessões de fisioterapia com os jogadores do Tufão, Grazielly disse que apesar de modesta, consegue trabalhar adequadamente para recuperar os atletas.

“A estrutura ainda é modesta pela condição que estamos tendo já que o estádio da Colina vai entrar em reforma para a Copa do Mundo. Mas estamos conseguindo fazer um bom trabalho porque os jogadores felizmente não estão com contusões graves e estamos fazendo mais um trabalho preventivo. Estou atuando de forma diferenciada com cada jogador de acordo com a lesão apresentada”, explica a morena nascida na cidade de Itaituba, no Pará, especializada na área de biomecânica.

Três perguntas para Grazielly Coutinho
Existe algum tipo de preconceito em relação ao seu trabalho no São Raimundo?

Não. Ainda não notei diretamente isso. O preconceito está nos próprios jogadores, que parecem ter vergonha de dizer o que estão sentindo. Mas, conforme o tempo vai passando, eles vão ficando mais desinibidos comigo. Creio que há uma maior valorização do trabalho da mulher até mesmo no futebol, onde os homens dominam.

Fale sobre sua primeira experiência em um clube profissional?
Já trabalho em uma empresa do Distrito Industrial, mas no futebol profissional é a minha primeira experiência. Acredito que vou aprender muito mais nessa área esportiva. Eles são uns garotos muito respeitadores. Para mim está sendo mais difícil escutar as palavras das torcidas que pegam um pouquinho pesado durante os jogos do campeonato. A primeira vez que ouvi palavrões foi bem impactante, mas está sendo muito proveitoso do ponto de vista profissional, pois é um trabalho mais especifico, de campo, é muito válido para mim”

O salário é equivalente a de um homem?
Acho que essa é uma questão que se resolve entre o profissional e quem faz a proposta para ele. O valor é você quem determina com seu conhecimento e com a valorização do seu trabalho. Quanto mais competente, maior salário.

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