Ameaça a blogueiros vira rotina no Pará

Por: Karina Pinto/Altamira.

A lista de blogueiros e jornalistas ameaçados por escrever "demais" começa a ficar sem controle. Após a morte de Décio Sá no Maranhão, a sociedade fitou os olhos em algo antes anônimo e a imprensa de todo o país entrou em estado de alerta. Décio não foi o primeiro, antes dele outros três profissionais foram mortos no país depois de denunciar esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e a ação do crime organizado. Sem segurança, como mais da metade da população no Brasil, jornalistas e blogueiros usam o próprio trabalho como arma contra a violência, mas sem respaldo judicial e pelo poder público, são, cada vez mais, alvos fáceis diante de criminosos protegidos em cargos públicos, amizades com magistrados, entre outras vantagens vergonhosas. Muitos ousam denunciar a pressão, mas são são duramente atacados, a exemplo de Franssinete Florenzano, Luiz Flávio Pinto, Hiroshi Bogéa entre outros.

Em Altamira, os casos de agressão e desrespeito a liberdade de expressão e o direito à informação se multiplicam, repórteres impedidos de entrar em locais públicos, obrigados a publicar aquilo que interessa a um seleto grupo, agredidos verbalmente e até fisicamente. Mais recentemente o colega repórter e blogueiro Sidalécio Souza foi informado que estaria "falando demais" em seu programa diário no rádio e que isso poderia "refletir" em sua família. Sem apoio, o colega se viu obrigado a suspender suas publicações na internet e se diz preocupado com a rotina diária de seu programa no rádio. As ameaças que parecem intimamente ligadas ao período eleitoral são mais uma reflexo da falta de segurança com que as eleições sofrem a cada pleito em Altamira e região, a exemplo do último incidente ocorrido em Brasil Novo, onde o irmão do atual prefeito teve o carro alvejado por vários tiros ao circular por uma estrada de chão na zona rural daquele município. As denúncias foram parar em Brasília com a voz do deputado federal Zé Geraldo do PT, em um discurso crítico, o parlamentar foi enfático, essa região precisa de atenção da justiça, ele está certo, resta o governo e o ministério da justiça entenderem isso. Marcadores: Brasil, Pará, Regional

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