Polícia do Pará prende sete golpistas em SP

O delegado-geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, a delegada Beatriz Silveira da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos (DRCT), e o presidente da Associação dos Magistrados do Pará (Amepa), juiz de Direito Heyder Ferreira, concederam uma coletiva de imprensa sobre os resultados da operação “Montepio”, que resultou na prisão de sete golpistas por policiais do Pará, na semana passada, em Praia Grande (SP).

A quadrilha usava nomes de advogados conhecidos para enviar correspondências a juízes, procuradores de Estado, promotores de Justiça, auditores fiscais, militares das Forças Armadas e professores da rede estadual, alegando que eles tinham valores em dinheiro a receber de indenizações ou pecúlios. Para tanto, deveriam depositar em contas valores referentes a percentuais da quantia que seria recebida a título de honorários.

No Pará, cinco pessoas caíram no golpe. Duas delas depositaram valores de R$ 30 mil e R$ 92 mil. As demais, quantias de R$ 5 mil. No caso do maior valor depositado - R$ 92 mil - a vítima contou ter depósitos em quatro contas diferentes. Pelas investigações, os golpistas tinham à sua disposição informações que deveriam ser sigilosas, como dados pessoais, endereço, salários, e-mail e até números de telefone celular de autoridades do Judiciário e demais servidores públicos, que receberam as correspondências.

Com base nas informações, os criminosos forjaram cartas com timbres oficiais e usaram nomes de advogados existentes no Pará para dar aparência de autenticidade aos documentos. Muitos dados foram obtidos no site Portal da Transparência e vendidos em CDs em feiras livres de São Paulo. “Uma vez na internet, o que se pode fazer é uma ação de repressão para investigar e identificar quem utilizou as informações em crimes”, informa a delegada Beatriz Silveira. Uma das pessoas que recebeu a carta foi a presidente do Tribunal de Justiça do Pará, de onde partiu a denúncia do golpe, que deu início às investigações da DRCT.

Os golpistas presos foram indiciados pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e privados, falsidade ideológica, formação de bando ou quadrilha, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Segundo a delegada, 42 contas bancárias de São Paulo identificadas para recebimento dos valores depositados já foram bloqueadas. Durante as prisões dos envolvidos com o bando, a Polícia Civil apreendeu, na casa de um deles, um envelope com 500 cartas prontas para serem enviadas.

Para o juiz Heyder Ferreira, a tentativa de golpe foi um ato de ameaça não aos magistrados, mas ao Estado Democrático de Direito, pelo fato de que os golpistas tinham em mãos os dados bancários e pessoais de juízes. Ele informa que fará uma ocorrência formal para preservar o direito dos juízes do Pará e uma comunicação oficial à presidência da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra) e acionar a entidade sindical nacional que representa a categoria de magistrados.

O delegado-geral, Nilton Atayde, enfatizou que a Polícia Civil do Pará dispõe do Núcleo de Combate à Corrupção e À Lavagem de Dinheiro (NCCLD), cujo objetivo é atuar na repressão a esses tipos de crimes. A partir das investigações feitas, a equipe vai monitorar os acusados, visando identificar bens adquiridos por meio das fraudes para bloqueio na Justiça até comprovação de origem do mesmo. A meta será obter de volta os valores usados pelo bando para tentar reaver o dinheiro adquirido ilegalmente para aquisição do bem.

Fonte: ASCOM/Polícia Civil

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