Secretário descarta entrada de pesquisadores e policiais em terra indígena no Pará



 Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil

Organizações sociais como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Movimento Xingu Vivo Para Sempre afirmam que, segundo os índios, policiais federais e homens da Força Nacional que desembarcaram em Itaituba (PA), a meio caminho entre a Terra Indígena Munduruku e a cidade paraense de Santarém, têm revistado, fotografado e interrogado os moradores de Sawré Maybu.

Além disso, índios, organizações indigenistas e até mesmo o Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) alegam temer que a presença policial na região agrave a tensão resultante da morte de Valdenir Munduruku, um dos líderes da Aldeia Teles Pires, morto em novembro de 2012, durante a Operação Eldorado, da Polícia Federal. Em fevereiro, uma comitiva munduruku esteve em Brasília cobrando de autoridades, como os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, punição ao delegado federal apontado como responsável pela morte de Valdenir.


“Voltar à área com um aparato policial tão grande em um espaço de tempo tão pequeno é preocupante em função dessa tensão”, disse ontem (4) à Agência Brasil, o procurador da República Ubiratan Cazetta, ao falar sobre o novo recurso que o MPF apresentou à Justiça Federal a fim de tentar suspender a realização dos estudos até que os índios sejam consultados sobre o empreendimento.

O secretário Maldos não acredita em confrontos. “Entendo a posição do MPF, mas não acredito no risco de um conflito iminente e estamos construindo o diálogo”, acrescentou, revelando que planeja viajar a Jacareacanga (PA), no próximo dia 10, com o objetivo de se reunir com lideranças indígenas e discutir o assunto.

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