Jacareacanga: EMATER DESENVOLVE PROJETO ‘FARINHA MUNDURUKU’ EM ALDEIAS DE JACAREACANGA

   Cerca de mil indígenas já foram qualificados com técnicas de melhoramento da             qualidade da farinha de mandioca
     Mais de 50 aldeias já foram beneficiadas com a ação da Emater

O projeto Farinha Munduruku, desenvolvido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Pará (Emater) junto a indígenas na cidade de Jacareacanga, sudoeste do Pará, oferece técnicas de melhoramento da qualidade da farinha de mandioca e o desenvolvimento de equipamentos para facilitar a produção. Mais de 50 aldeias já foram atendidas e cerca de mil indígenas já passaram pela formação.

O técnico da Emater, Raimundo Delival, que coordena os cursos nas aldeias, afirma que antes do projeto, a farinha era de qualidade inferior, com a cor escura, sem muito valor comercial. Com as qualificações, as técnicas de produção ajudaram a melhorar o produto. “A mandioca passou a ser lavada antes de colocar para pubar (processo de fermentação), e hoje são aproveitados também a goma de tapioca, assim como o tucupi, entre outros derivados”, afirma.

Os indígenas aproveitam a venda do produto para comprar equipamentos e insumos para a aldeia, como motor gerador, bomba d’água, aparelhamentos para a casa de farinha e para reforma, quando necessário. Todo o processo de produção, armazenamento e vendas tem o acompanhamento da Emater local. 

Segundo a supervisora regional Tapajós da Emater, Maria de Nazaré Dergan, os indígenas passaram a fornecer produtos para a merenda escolar das unidades dentro das aldeias. “Eles já tinham o conhecimento da produção da farinha, mas não sobre o beneficiamento. Tinham pouco acesso a informações sobre higiene, aproveitamento dos derivados e, com as oficinas, passaram a produzir um produto de maior qualidade”, explica.

Já foram confeccionadas mais de 40 prensas no município de Jacareacanga. O equipamento, chamado Sucuri, é feito de madeira para facilitar o trabalho dentro da casa de farinha. Segundo o técnico da Emater, na prensa antiga, para a massa da mandioca ficar pronta para torrar, demorava mais de cinco horas. Com a nova, em 40 minutos a massa está pronta.

O projeto é desenvolvido pelo escritório local da Emater de Jacareacanga desde 2012 dentro das terras indígenas Munduruku e Sai Cinza. Para 2021, a Empresa firmou parceria com a Secretaria de Agricultura (Semam) e Secretaria Indígena (SemaiI) de Jacareacanga, Associação Indígena Pussuru, juntamente com a Funai, para iniciar os treinamentos e confecções de mais prensas, que já foram solicitados pelos indígenas.

 

FRANGO CAIPIRÃO

Em 2020, foi implantada a Unidade de Referência do Frango Caipirão, que é um projeto realizado pela Emater, em parceria com Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). A ideia surgiu a partir das necessidades sugeridas pelos indígenas do município que queriam melhorar a criação de frango caipira nas aldeias.

“O projeto atende 25 famílias do município, sendo 20 indígenas. O frango caipirão é muito consumido por eles e essa parceria, onde nós garantimos os materiais e eles entram com a mão de obra, é feita com muito compromisso e confiança. A produção tem aumentado significativamente”, afirma Maria de Nazaré Dergan.

Agência Pará

 

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