OS AVIÕES, OS HELICÓPTEROS E A FARRA COM OS MILHÕES DOS ÍNDIOS DO PARÁ

Uma verdadeira farra com dinheiro público. É o mínimo que se pode dizer da forma como é conduzida a verba federal destinada aos DSEI do Pará, Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que deveriam, em tese, ser a base de organização da saúde indígena, unidades descentralizadas que organizam o atendimento regionalmente.


Atualmente são 34 DSEI divididos por critérios territoriais conforme a distribuição geográfica das comunidades indígenas. A ideia inicial seria transformar os DSEI em unidades gestoras, para que tenham autonomia de realizar licitações, contratar serviços, adquirir medicamentos, entre outras ações. Esta era uma reivindicação antiga dos povos indígenas. Pois bem. Aquilo que era para socorrer a população de índios, pelo menos no Pará, se transformou em um festival de desvios e malversação de verba pública. Estamos falando de milhões e milhões de reais.


O Antagônico recebeu graves denúncias envolvendo principalmente um colega de Exército do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o coronel Robson Santos da Silva, que comanda a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), secretaria criada pelo Ministério da Saúde em 2010 e responsável pela garantia de atenção básica de saúde aos indígenas. O órgão coordena o Sistema de Atenção à Saúde Indígena (Siasi), um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento é dividido em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), que atendem 760,3 mil indígenas em todo o país. Robson mantém amizade estreita com Estanney Everton Nunes, coordenador do DSEI Guamá Tocantins,que é quem, de fato, comanda as DSEI no Pará.


Segundo denúncias enviadas à nossa reportagem, os aviões e helicópteros locados para atender as aldeias, na verdade são usados para fins particulares, como passeios e viagens que nada tem em comum com a causa indígena. Também há muitos relatos de fraudes em planos de voo, com pagamentos de viagens e deslocamentos que nunca foram realizados. O Antagônico teve acesso a 4 notas fiscais de pagamentos de locação de aeronaves sem que o serviço tivesse sido efetivado. “O Stanley usa as aeronaves para se deslocar, a passeio, de Belém até Conceição do Araguaia, sua terra natal”. Disse um denunciante a nossa reportagem. No caso do DSEI de Redenção, por exemplo, os caciques se reuniam e fecharam a unidade, exigindo a nomeação de um diretor para a unidade, que não seja indicação de Estanney. “É um absurdo o sujeito decolar de Brasília, em um avião do FAB, aterrissar em Redenção trazendo, debaixo do braço, um diretor que ninguém conhece”. Diz um dos caciques relatando que Stanney é quem controla os R$ 46 milhões anuais que deveriam ser empregados no auxílio aos indígenas. “Esse dinheiro nunca chega nas aldeias”. Denuncia.


O Antagônico levantou que Estanney Nunes, que representa Robson Santos no Pará, chegou ao comando das DSEI do Estado por indicação direta do deputado federal José Priante, presidente do MDB Paraense. 

Fonte: O Antagônico

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