VALMIR CLÍMACO GARANTE QUE GARIMPAGEM NO VALE DO TAPAJÓS NÃO SERÁ INTERROMPIDA.

Em um novo áudio que começou a circular nos grupos de whatsapp na região do Tapajós, o prefeito Valmir Climaco, de Itaituba, no sudoeste do Pará, voltou a afirmar que vai continuar regularizando garimpos na região e que a atividade garimpeira não vai parar. Segundo ele, não é o garimpo que está destruindo a Amazônia.

Segundo Valmir Climaco, o garimpo que estiver legalizado vai poder trabalhar sem riscos e que vai continuar regularizando mais garimpos, pois a atividade garimpeira não pode e não vai parar. “Vamos regularizar mais garimpos e a região não pode parar. A atividade garimpeira tem mais de 70 anos e não é a atividade que está destruindo a Amazônia. Vocês sabe quem tá destruindo”, disse o gestor municipal, que também é dono de áreas de garimpos na região.

Em julho do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça a suspensão de todas as permissões para extração, comércio e exportação de ouro nos municípios de Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso, todos na região sudoeste do Pará. Segundo o órgão, nos últimos dois anos, essas localidades estão sofrendo uma escalada de invasões e violência promovidas por quadrilhas de garimpeiros ilegais.

Ao contrário do que afirmou o prefeito no áudio direcionado aos garimpeiros, incentivando para que continuem desenvolvendo a atividade na região, os órgãos de proteção ambiental, além do Ministério Público Federal e Polícia Federal têm absoluta certeza que os garimpos ilegais são responsáveis pelos danos ao meio ambiente e muitos fomentam outras atividades criminosas, como o tráfico de drogas.

Em abril deste ano, a Justiça Federal em Itaituba, cancelou o licenciamento de um garimpo de mais de mil hectares dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) do Tapajós. O local foi licenciado pelo município de Itaituba, apesar da APA atingir território de outros três municípios, Jacareacanga, Trairão e Novo Progresso. Para a Justiça, o potencial poluidor da atividade garimpeira é grande demais e de alcance regional, o que impede o licenciamento pelo município.

A sentença atendeu parcialmente pedidos do Ministério Público Federal (MPF) feitos em ação civil pública contra o garimpo licenciado em favor de Ruy Barbosa de Mendonça, sem a exigência da elaboração de estudos de impactos ambientais. O licenciamento foi feito para quatro áreas diferentes, todas menores do que 500 hectares, que, somadas, ultrapassam mil hectares. Para a Justiça Federal, o fracionamento das licenças é uma estratégia de burla à legislação.

Recentemente, a presença de agentes da Força Nacional de Segurança Pública na região tem incomodado os garimpeiros e as ofensivas contra as práticas ilegais têm causado muitos prejuízos para quem está atuando em áreas indígenas e de Proteção Ambiental. 

Valmir Climaco inicia o áudio informando que está ao lado de um garimpeiro 'forte’, identificado por 'Gaúcho'. "Essa questão de fechar os garimpos não é verdade. Vai fechar dentro das áreas proibidas. Mas quem tá legalizado, quem tá cuidando do ‘baixão’, abrindo o buraco pra tirar o ouro, reflorestando, fazendo bacia de contenção para evitar que a água suja não vá parar dentro do leito dos rios, essas pessoas podem continuar trabalhando. Mas têm que ter muita preocupação para não jogar nas nascentes. Vamos ter cuidado. Na hora de queimar o ouro, queime com cuidado, em lugar fechado. Procurar não deixar cair o azougue no rio. Não é porque um trabalha dentro da área indígena que vai atrapalhar quem trabalha dentro das áreas brancas”, orientou o prefeito.

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