CNJ pede afastamento de juiz por venda de sentenças
Titular da comarca de Xinguara é acusado receber de R$ 70 mil no mesmo dia em que revogou prisão. |
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu o afastamento do juiz de Xinguara, José Admilson Gomes Pereira, durante sessão nesta terça-feira (7).
O conselho também abriu procedimento administrativo disciplinar para
apurar a conduta do juiz, acusado de venda de sentenças e favorecimento
de advogados. O magistrado ficará afastado até o final da tramitação do
procedimento administrativo.
De acordo a relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, a
correição realizada pelo conselho na comarca de Xinguara em maio deste
ano apontou indícios de irregularidades como o recebimento pelo juiz de
R$ 70 mil na mesma data, em março deste ano, em que ele revogou a prisão
preventiva de um empresário acusado de ser o mandante de um assassinato
ocorrido em outubro do ano passado.
A ministra, que também é corregedora nacional de justiça, enumerou
também outras infrações cometidas pelo magistrado como faltar com os
deveres de imparcialidade e cortesia no trato com advogados e promotor
de Justiça; exercer atividade político-partidária em município situado
na Comarca de Xinguara; conduzir os processos a ele submetidos com
morosidade; conferir tratamento desigual às partes; readmitir servidora
comissionada que já havia sido exonerada em cumprimento a decisão do CNJ
e solicitar vantagem financeira indevida em troca do repasse de
informação recebida nos autos de processo sigiloso.
O juiz Admilson Gomes Pereira é o mesmo que foi alvo de protesto de um advogado de Xinguara em abril.
Na ocasião o advogado Rivelino Zarpellon iniciou uma greve de fome para
protestar contra a conduta do magistrado. Zarpellon acusava Pereira de
corrupção e pedia o afastamento dele. No início de maio, após o
protesto, o CNJ iniciou o processo de correição
- um tipo de fiscalização feita a qualquer momento nos tribunais de
justiça brasileiros pelo conselho - na comarca para apurar
irregularidades.
Outro lado
O Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) informou por meio de
nota oficial que aguarda notificação do CNJ para tomar as medidas
cabíveis.
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